Aquela vez em que um colar mágico protegeu um dos meus melhores amigos.

Meus melhores amigos, representados por Iuri porque ele tem um bolo e a pose de um cavaleiro real nessa foto.
Conheçam Iuri.

Eu tenho um amigo de longas datas chamado Iuri.

Quando digo “de longas datas”, é porque é de longas datas mesmo. Tenho foto com Iuri no meu aniversário de um ano de idade, e apesar de não ter convivido com ele por algum tempo após sairmos do berçário onde ambos estudávamos, hoje em dia ele é um dos meus melhores amigos.

Às vezes, quando viajo, trago presentes pra todo mundo que conheço. Outras vezes, só compro quando encontro algo que realmente me lembra de alguém.

Ano passado fui ao Peru com meu antigo colégio. Não queria comprar presente pra ninguém, mas o destino tinha outros planos.

Eu e Felipe – grande amigo, ótimo companheiro de viagem quando me obedece e não fica perdido em plena parada gay de Londres – estávamos andando pela primeira feirinha que tivemos oportunidade de visitar quando vislumbrei pelo canto do olho uma barraca cheia de acessórios administrada por uma velha senhora peruana. Eu, sempre amante de uma boa bagunça organizada, resolvi me aproximar e a primeiríssima coisa que captou minha atenção foi um colar com três pingentes de quartzo branco. Mal estirei minha mão na direção do item, a senhora já tinha pegado e embalado, e me vendeu por meros cinco “soles” (sim Iuri, foi barato assim), não sem antes explicar que o quartzo era uma pedra que trazia proteção para quem a mantinha junto do corpo. Assenti e parti para outras compras.

Mais tarde descobri que uma amiga havia comprado o mesmo item que eu na mesma barraca com a mesma mulher por 15 soles, além de não ter recebido a explicação mística sobre o item que agora usava no pescoço. Não prestei muita atenção ao fato. Sempre tive cara de simpática.

Pulo temporal para quando dei o presente e expliquei a importância de ele manter o colar no pescoço. Importância entendida, pulo temporal para hoje, três meses depois.

Estava numa conversa pelo Whats App com o já mencionado Iuri quando ele me diz que tem uma história para contar. E a história envolvia a minha pessoa e Iuri surfando, o que me fez começar a rir na mesma hora.

De qualquer forma, ele insistiu em contar  a história de como fora fazer stand-up na praia, e uma menina que fazia o mesmo na frente dele se desequilibrou, caiu, e lançou a prancha no peito dele.

Esse foi o momento em que eu comecei a surtar, porque QUALQUER COISA poderia ter acontecido com ele. A prancha poderia ter batido na cabeça dele. Ele poderia ter se afogado. Em resumo: eu surtei. Surtei muito. E Iuri, com aquele jeito relaxado de sempre, só continuou a história, dizendo que (GRAÇAS A POSÉIDON) nada havia acontecido com ele, mas que lá pelas tantas ele se tocou que dos três pingentes que normalmente existiam em seu colar… Só restavam dois.

Fiquei arrepiada. “Você sabe o que isso significa, né? Eu sou teu anjo da guarda.” Foi o que falei, e meu amigo prontamente concordou. “Vamos rezar pra que os outros cristais não caiam tão cedo… Não sei quando poderei voltar ao Peru pra comprar mais pra você, mas deveria ter feito um estoque”.

 

Publicado por barbarademedeiros

Minha profissão é mentir sobre tudo bem o suficiente para que vocês acreditem.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: