Esse foi um monólogo que eu escrevi baseado no livro “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, para um trabalho no nono ano. Aviso que pode conter spoilers pra quem não conhece a história, mas também devo admitir que tomei muitas licenças poéticas para interpretar Teresa.
Meu querido Simão… As forças por fim me abandonaram e pude então, finalmente, viajar em paz. Descanso agora em outro plano, e fantasmas do meu passado não mais me põem medo. Até pouco, me via pautada por correntes que não me permitiam ser feliz.
O céu agora, não é meu limite. É onde caminho.
Enfrentei – enfrentamos juntos os mais diversos obstáculos. Nossos pais não eram a favor do nosso amor, meu primo queria forçar-me a casar com ele… Tanto tentaram que eu terminei trancada em um convento e você, preso pelo assassinato desse mesmo primo, Baltasar. A correspondência que trocávamos à distância era minha única razão de viver.
Mas agora, partes para a Índia… e levas contigo o meu coração.
Tenho um último favor a pedir, Simão. Se não é querer demais… Junta-te a mim. Aqui não há nada nem ninguém que possa nos impedir de sermos felizes. Juntos, finalmente, podemos ficar.
Você me prometeu uma casa, uma família e uma vida feliz. Absolvo-te das promessas, pois são então inalcançáveis. Talvez agora possas dormir em paz, meu Simão. Talvez agora eu possa dormir em paz.