Você não sentirá o sal das minhas lágrimas.
Não te darei esse prazer.
Você não sentirá o metal do meu sangue nos seus lábios.
Suas palavras, por mais afiadas que sejam, não podem me perfurar.
Sou feita de espelho.
E o que quer que você veja de errado em mim
diz mais sobre você do que sobre a “delicada” aqui.
Afinal, sou mais do que a minha pele
meus ossos
meu DNA
Sou papel
Caneta
A letra da minha mãe no diário de maternidade
Sou as memórias de tardes chuvosas embalada nos braços do meu pai
Sou as memórias de todos os pôr-do-sol de dezoito anos vividos
Sou a memória de todos as estrelas que já existiram
E a roseira de estimação da minha avó
Sou poeira
e estrela
sou caminho
e fim de estrada
Sou tudo
sou nada
E ninguém vai me fazer esquecer
o que acreditaram haver de bom em mim