O que eu quero ser quando crescer

Minha turma do nono ano, em 2014, na Escola Doméstica… Saudades!

Eu não lembro da primeira vez que olhei para um dos meus professores e enxerguei um super-herói, com capa vermelha e pose de pôster de filme da Marvel – o que me leva a crer que eu sempre os vi assim. Para mim, aquelas mulheres e homens que haviam decidido dedicar as suas vidas a me ensinar os segredos da existência, mereciam todo o meu respeito.

Eu procurei beber de suas fontes de conhecimento com avidez. Enquanto criança, era fácil querer aprender tudo – curiosidade faz parte da infância. Nada me era entediante. Nada era impossível. O mundo se debruçava na minha frente, preparado para receber meus pulos e minhas fantasias. E os guardiões daquele mundo eram meus professores. Pessoas mais velhas do que eu, com conhecimento muito mais profundo e experiência de vida que eu ansiava por vivenciar.

A palavra de um professor, pra mim, era lei. E ainda mais considerando que meu próprio pai, meu maior ídolo, também lecionava. Embora eu não tenha lembranças de nenhuma lição de moral que tenha me levado a essa veneração pelo papel, tenho certeza de que a imponência do meu pai, que sabia de absolutamente tudo, ajudou para eu me apaixonar pela profissão.

Com a descoberta da leitura, a porta do mundo do conhecimento se escancarou de vez. Aquela magia de aprender não estava mais presente apenas na sala de aula, mas também em qualquer lugar, porque eu sempre andava com um livro debaixo do braço. Ou, mais frequentemente ainda, um gibi. Foi daí que surgiu meu famoso lema: “tudo de mais importante que aprendi, foi com Mauricio de Sousa”.

De fato, devo muito à Turma da Mônica. De lições de cidadania e amizade ao desenvolvimento da minha imaginação, ainda os considero meus melhores amigos, e talvez por isso não tenha coragem de me desfazer do meu Sansão de pelúcia, um dos poucos souvenirs que guardo da minha infância. Mas devo muito também aos mestres que me ensinaram, a maioria com muita paciência e talento, alguns, pelo exemplo do que não seguir.

Essa, mais do que a história do que eu quero fazer quando crescer, é a história deles e do que aprendi com esses homens e mulheres.

Quando eu estava no Colégio Marista de Natal, por volta dos nove, dez anos, tive a sorte de ser aluna da professora Teresinha em duas matérias diferentes: ciências e matemática. Só o fato de aquela mesma mulher dominar conteúdos tão distintos (pelo menos era o que me parecia na época) já inspirava o meu fascínio, mas ela era talentosa em mais do que meramente as matérias que se propunha a ensinar.

Professora Teresinha enxergava os talentos em quem não tinha uma mente puramente matemática ou científica, e nos dava a oportunidade de demonstrar o nosso mérito por esforço, e não somente por resultados. Todos a temiam, mas ela nunca foi injusta em seus castigos ou mesmo em seus sermões. E apesar de os arruaceiros da sala detestarem-na, quando o primeiro boato da sua aposentadoria nos atingiu, fomos todos, na primeira demonstração de protesto cívico que presenciei na vida, bater à porta da coordenação, pedindo para que ela não nos deixasse. Foi um exemplo máximo de que ser correta, mesmo que não agrade a todos inicialmente, garante o respeito de cada aluno.

Ela também me ensinou a prezar pelas minhas tarefas, a dar o melhor de mim inclusive na preservação dos meus escritos. E tentou me ensinar a não me preocupar com as pequenas coisas, naquele dia em que eu surtei porque não conseguia responder uma pergunta da prova de matemática e ela chamou meu pai e mandou ele me levar pra tomar sorvete. É difícil explicar o que esse gesto significou pra mim, mas até hoje, lembro-me dele em momentos que julgo precisar me esforçar mais, quando já dei tudo de mim. De uma certa maneira, professora Terezinha me ensinou a ter gentileza comigo mesma.

Depois dessa experiência extremamente positiva, tive a minha primeira fortemente negativa, mas igualmente engrandecedora no meu caminho à docência e como uma pessoa melhor, de uma maneira geral. Aos onze anos, já em outra escola, vi-me numa situação de estresse inigualável: uma professora de influência indiscutível transformou a minha vida em um inferno durante os dois anos que estive naquele ambiente, levando-me a questionar-me constantemente, inclusive como pessoa, e maculando a minha infância, de uma determinada maneira.

Foi com ela que eu aprendi os limites da docência e do abuso de autoridade, dois conceitos que até então eu considerava completamente opostos, por ingenuidade ou imaturidade. Não tenho pra quê reabrir antigas feridas que tanto me custou fechar, mas resta explicar que o que vivi, trouxe-me até onde estou, então não me permito sentir arrependida, se não talvez com pena da criança de onze anos que teve de crescer rápido demais.

Quando saí daquele ambiente, saí mais forte, mais confiante nas pessoas certas, menos petulante. Foi graças ao que vivi que aprendi que notas não refletem inteligência, ou o futuro sucesso de alguém. Não garantem o carinho que as pessoas terão por você quando você estiver precisando de ajuda. Isso depende de como você trata as pessoas.

E foi a partir daí que eu aprendi uma das maiores lições que um mestre poderia me ensinar: a importância de tratar bem a todos, o tempo todo, porque as mais diversas condições atreladas ao meu nome não farão as pessoas me apoiar se elas não gostarem de mim. E elas não gostarão se eu não for uma boa companhia.

Fugi dessa escola e me refugiei na Escola Doméstica, a minha preferida de toda a minha experiência escolar, especialmente por causa de um professor de história: professor Lampreia.

Nós fomos sua primeira turma. E sentimos, até hoje inclusive, nossa ligação com ele por decorrência disso. Claro que faremos parte de suas memórias mais tenras, mas acredito que até hoje ele duvida de sua influência sobre todas nós.

Ele nos ensinou a reconhecer nossa própria ignorância, porque não somos capazes de saber tudo, o tempo todo. Mas além disso, nos ensinou a ir atrás das respostas, iniciando um grande amor que mantenho até hoje e que reforça a minha decisão de ser professora universitária: a pesquisa.

Foi com ele também que aprendi o peso e o carinho pela nossa história local. Devo admitir que apesar de amante da matéria, minha atenção se restringia a tudo que não fosse brasileiro, e especialmente, eu ignorava a interessantíssima história do nosso estado e da nossa cidade. Foi com ele que eu aprendi a dar valor de onde eu vim, e até hoje o que estudamos, talvez porque pesquisamos e construímos os ensinamentos juntos, me ajuda na faculdade e no estabelecimento de novos vínculos pessoais com as pessoas mais diversas. Por consequência, respeito e ouço com muita atenção aos mais velhos, pois sei que eles viram e viveram mais do que eu.

Antes de ingressar na universidade, tive a oportunidade de ter um outro professor que muito me ensinou. Professor Rio Grande, como carinhosamente o chamamos, por decorrência da cidade de onde veio. Sua disciplina era geografia, uma que eu notadamente sempre havia detestado, mas só até tê-lo como professor. Foi aí que descobri a imensidão que se esconde por trás de cada finito livro de uma única matéria: não há como restringir o estudo da geografia apenas à identificação de tipos rochosos ou diferenças de fuso horário. Geografia também é política, história, biologia, física, e tudo que nos rodeia, assim como todas as outras matérias também têm um infinito de ligações entre si.

Curiosamente, é quando olho para uma de suas aulas que percebo que eu deveria ter previsto que chegaria aqui, no curso de Direito – pois engana-se quem pensa que, por meus pais virem do Direito, este era a minha primeira opção de curso, caro leitor. Ao nos explicar sobre a nova legislação ambiental, professor Rio Grande acabou por me dar o conhecimento necessário para ajudar meu pai num caso em que ele precisava emitir um parecer exatamente sobre o que eu havia visto em aula.

Chego agora no nível atual em que me encontro na minha caminhada de aprendizado, a universidade. Foi aqui que tive o prazer de encontrar meu mentor, alguém que admiro tanto profissionalmente, ou melhor dizendo, academicamente, quanto pessoalmente, o Prof. Dr. Jahyr-Philippe Bichara.

Tudo o que eu havia aprendido até então me ajudou a chegar numa situação que eu nunca

havia imaginado, mas que me deixa feliz todos os dias: pesquisando e aprendendo com o meu professor de Direito Internacional, a matéria com a qual pretendo trabalhar até o fim dos meus dias.

Ele me ensinou ética, dedicação, trabalho árduo, e também me mostrou os bons frutos que essa combinação nos trás, além dos amargos. Tudo isso da melhor maneira que um pupilo pode imaginar aprender: pelo exemplo.

Por fim, não podia deixar de mencionar meus professores de vida, na melhor acepção da palavra, meus pais. Minha mãe é um exemplo de determinação e persistência, e meu pai, um excelente professor de direito que sabia equilibrar seriedade e carinho pelos seus pupilos.

Só me resta esperar um dia ter a oportunidade e o talento para poder repassar aos meus alunos todos esses ensinamentos com os quais fui agraciada no meu breve período de vida.

Só vale a pena amar se for recíproco

 

Você sabe que há algo errado pela maneira que seu coração bate displicentemente, sem se importar com a rotina.

Seu sangue, contudo, parece correr mais depressa, ansioso para chegar em algum canto esquecido do seu corpo. Sua cabeça permanece ignorada, e é difícil se concentrar em um só ponto.

Quem é você?, eu me pergunto, o que você pretende significar para mim?

Um sonho ou um pesadelo, a escolha está em suas mãos e parece que você a analisa novamente a cada minuto.

Eu não posso viver assim.

Eu não posso viver assim, me escondendo até o primeiro sorriso surgir ou fugindo de vez perante sua ausência.

Eu não posso viver assim, um animal amedrontado, esperando o raio de sol fugaz que te faça estender a mão e me puxar para si.

Eu não posso viver assim, chorando após ser empurrada para longe mais uma vez. Ser esquecida, outrora meu maior medo, doeria menos.

É impossível fugir. Você me prendeu em um feitiço, e eu não sei quem é essa menina insegura e sensível. Preferia nada sentir.

O fim do mundo

Ah! Se o fim do mundo fosse um ataque de zumbis, ou mesmo um cometa que chegasse e destruísse tudo de uma vez só. Se fosse uma invasão alienígena, ou um super vírus que dizimasse todas as nações em um segundo… Como seríamos sortudos, não?

Morrer rapidamente, morrer inocentemente. Morrer pela mão de terceiros, mártires no último momento. Quão glorioso seria, morrer sem nenhum peso na consciência?

Morrer sem culpa alguma, não sermos responsáveis pelo fim de tudo o que conhecemos. Esse é o sonho, é assim que vivemos. Parece até que nos garantiram um fim aleatório.

Mas não é o caso.

O fim se aproxima, mas pelas nossas próprias mãos. Somos culpados pelo fim de tudo o que conhecemos, tudo o que criamos, tudo o que amamos.

E parecemos nem nos importar com isso.

Todo dia, as notícias procuram nos alertar, mas parecemos estar letárgicos, impassíveis perante tantas atrocidades cometidas pela humanidade contra a humanidade.

Aquelas cometida por meio do ataque ao meio ambiente é mais fácil de ignorar. Não há sangue derramado. É dor a longo prazo, e não somos nós que vamos pagar.

Mas são nossos filhos e netos, e os filhos e netos de nossos amigos. São nossos museus, nossos escritos. Nossas lembranças e memórias, toda a nossa história.

Tudo isso vai desaparecer.

E não haverá alguém pra chorar pela pobre raça humana, que, por pura ganância, apagou todos os traços de que um dia, habitou nessa galáxia.

Felizmente, as estrelas continuarão a brilhar independentemente da gente.

 

O mistério da morte

Eu e Juscelino Kubistchek, Brasília, 2017.

Você já pensou em todos os incidentes
e acidentes
aos quais você sobreviveu?
Como aquele dia em que você colocou o dedo na tomada
ou quase morreu atropelada…
Não vai dizer que esqueceu!
Você tem de ser grata
por todas as graças
que o bom Deus te concedeu!
Como não ter morrido de desgosto
no dia em que você cresceu
e viu que a vida não é tão simples
quanto você aprendeu.
Mas o mais bizarro disso tudo
é que mesmo assim,
um dia,
do nada,
seu coração, que costumava ser comparsa,
decide que já deu.

Quem ri por último, ainda ri.

Você foi apenas um grão de areia
que me fascinava quando criança
brincando na praia
com os meus dedos inquietos

Você foi apenas uma estrela brilhante
Num céu de caleidoscópio
Tão iluminado
Que quase me cegou

Você foi
Mas não é agora
Porque você resolveu ir embora
E me deixar aqui

E eu sei que você queria que eu chorasse rios
Mas de onde estou, sorrio
Pois foi você quem resolveu partir

LINKS DA SEMANA! – SIM, VAI E DIZ, DIZ ASSIM QUE EU CHOREI, QUE EU MORRI DE ARREPENDIMENTO, QUE O MEU DESALENTO NÃO TEM MAIS FIM

#np: Desalento – Chico Buarque

 

 

Uma lista de fatos para fazer qualquer Pottermaniaco chorar.

Uma lista de palavras em japonês que descrevem perfeitamente o que você antes acreditava ser indefinível.

Para treinar o francês, se conhecer melhor ou conhecer alguém com profundidade.

Lista de frases que você nunca deve dizer para alguém com tatuagem – mas que infelizmente, já foram ditas.

Um blog só sobre fotografia!

 

Compartilhem aí nos comentários quais foram os links mais legais que vocês descobriram no final de semana!!!!

 

Sonho impossível

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Você nunca sabe se é a maldição de alguém
O esboço de canto de página
A figura de canto de olho
que some perante olhares fixos

 

Você nunca sabe se é a palavra que engasga gargantas alheias
Sufocando confissões da meia-noite
Porque o álcool ainda não permitiu a fuga da verdade sorrateira

 

Você nem desconfia do que o coração do outro esconde
Por trás de sorrisos envergonhados e mãos trêmulas

 

Você pode ser o sonho impossível de alguém.

Nova Página no Site: Books I’ve Read

Temos uma página nova no site! A aba “Books I’ve Read” lista, por ano, os livros que eu li. Achei que seria uma boa maneira não só de fazer uma retrospectiva pessoal das minhas leituras anuais, mas de vocês me conhecerem um pouco mais! Assim que eu terminar um novo exemplar, o título vai lá para a página, mesmo que seja uma releitura ou algo do gênero. Se vocês quiserem críticas dos livros, é só comentar na minha postagem mais recente ou mandar um tweet para @barbarabogart.

Vai lá conferir os livros que já li esse ano! Em breve, atualizarei com as listas dos livros que li nos últimos dois anos!

Encontre a garota vestida de branco…

By Nadja Sveir

Encontre a garota vestida de branco
tingida pelas lembranças de risadas passadas
A barra do vestido não alcança seus sonhos
mas ela esconde estrelas enquanto brinca
com os fios de um pensamento que
não a levará a lugar algum
Ela já é a casa
de tantas esperanças alheias
que nem percebe mais que seu vestido
não cabe mais nela
Não cabe mais nela
porque ela cresceu
para preencher os espaços guardados
nas estantes dos troféus dos pais dela
Será que ela é mesmo um troféu
ou uma boneca?
Mas olha
o vestido branco tingido
menor que um coração partido
já não cabe mais em mim

Links da semana! – Contanto que eu sempre brilhe, contanto que eu sempre BRILHEEEE #np

Fim de semana acabando e semana começando, é hora de compartilhar meus links preferidos para vocês se divertirem neste início de semana!

Relatos de pessoas que não queriam ter filhos, explicando por que mudaram de ideia. Uma prova que o amor ainda existe e aparece nos momentos mais doces!

Um site para vocês lerem revistas do mundo inteiro, gratuitamente!

Uma youtuber que explica a cultura francesa para os amantes da língua e do país!

Uma lista de momentos que devemos apreciar mais, para começarmos o ano com uma visão mais positiva!

Uma compilação das frases mais bonitas do livro “Cidade de Papel”, do John Green!

 

Como foi a primeira semana do ano pra vocês! Comenta aqui embaixo os seus links favoritos do ano passado ou os de 2018, já!